A abordagem odontológica aos pacientes portadores de necessidades especiais requer muito cuidado, paciência e principalmente capacitação e conhecimento do profissional cirurgião-dentista. É fundamental reconhecer a etiologia das deficiências, para dessa forma realizar os tratamentos de forma adequada para obter a motivação e cooperação do paciente, evitando stress e traumas causados pela consulta.
As áreas de competência para atuação do especialista em Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais, incluem:
· Prestar atenção odontológica aos pacientes com distúrbios psíquicos, comportamentais e emocionais;
· Prestar atenção odontológica aos pacientes que apresentam condições físicas ou sistêmicas, incapacitantes temporárias ou definitivas no nível ambulatorial, hospitalar ou domiciliar;
· Aprofundar estudos e prestar atenção aos pacientes que apresentam problemas especiais de saúde com repercussão na boca e estruturas anexas, bem como das doenças bucais que possam ter repercussões sistêmicas; e,
· Interrelacionamento e participação da equipe multidisciplinar em instituições de saúde, de ensino e de pesquisas.
De acordo com o artigo “Atendimento Odontológico em pacientes com necessidades especiais”, publicado na Revista Odontopediatria Latinoamericana: a abordagem odontológica de pacientes com necessidades especiais deve estar embasada em uma anamnese detalhada, com todos os dados do indivíduo e da deficiência que Irão auxiliar no planejamento, diagnóstico e prognóstico do tratamento. O manejo do paciente vai depender de uma série de adaptações de acordo com o tipo de deficiência, a idade e a necessidade odontológica.
Além da abordagem odontológica no consultório, trabalhar juntamente com a família do paciente também deve ser levado em consideração. Os pais ou responsáveis pelo paciente demandam um cuidado em tempo integral e contínuo, e fazendo parte do atendimento, devem auxiliar e promover os cuidados bucais do paciente, e dessa forma prevenindo determinadas doenças.
É fundamental a inclusão de pacientes com necessidades especiais, e a capacitação do cirurgião-dentista para atendê-los, ponderando suas características físicas e psicológicas para realizar um atendimento benéfico e sem traumas ao paciente. Apesar disso, ainda há uma grande dificuldade por parte dos profissionais pela falta da devida capacitação, conhecimento e experiência, o que torna mais difícil o convívio e atendimento a esses pacientes, que precisam de muita orientação e ajuda para realização da higiene bucal.